A estalagem da saída da auto-estrada, nasceu num dia cinzento ou talvez o proprietário, um português comum, não se saiba mover muito á vontade nos corredores do mando e assim suporta estóica e ingloriamente a importância dos sucessivos poderes, uma peregrinação vulgar a muitos investidores deste país que vêm ir por água abaixo a vontade de fazer alguma coisa pela terra que os acolhe.
Esta terra que nos acolhe não é de facto muito grande mas foi sempre nas suas ditas vanguardas que o português criativo encontrou o caminho da retaguarda, quer através de leis e de costumes paralisantes, quer com atitudes e exageros conservadores e retrógrados onde o inchaço individual que brilha no sapato da burocracia, apaga instantaneamente o interesse colectivo dum país de hesitações e desequilíbrios. E as coisas morrem á nascença, perdidas na importância das secretárias dos importantes ou depois de se fazerem, contra ventos e marés, estão ainda sujeitas a obstáculos desanimadores, ás vezes intransponíveis.
É neste cenário de meter medo a investidores (alguns “políticos”sem espelhos, dizem que são ricos, ganham muito dinheiro e portanto que se amanhem!) que mesmo assim alguns, mais teimosos e timoratos arriscam o seu dinheiro e o dinheiro que pedem á banca, por um sonho e por um juro. Foi assim, creio, que nasceu a estalagem da saída da auto estrada e o respectivo restaurante e que nasceu, para falar apenas em turismo, uma remodelada pensão nas termas do Luso ou é assim que se actualizam, quando o mercado o exige para além do pesado rigor da lei, os restaurantes da fileira do leitão. Para a Mealhada são apostas, desafios, riscos e grandes investimentos. E expectativas de sucesso e de lucro são absolutamente legítimas.
Quem está no meio, sabe que é assim e sabe que os investimentos ao gerarem o seu justo retorno, criam riqueza para os territórios onde estão e criam os postos de trabalho tão necessários para o tecido humano do país.
Por isso os políticos, descendentes directos dos empecilhos antigos, devem agilizar as leis, facilitar os empreendimentos e entender duma vez por todas que estamos no século XXI e quem investe o que tem, tem que o reaver com juros pois não estão na situação cómoda deles mesmo, políticos, cujo rendimento mensal é certo e cai metrónicamente na sua conta bancária quer chova quer faça sol. E não digam que ganham mal, face ás inúmeras cambalhotas que dão e ás casacas que viram para se eternizarem no poder. Até nos municípios pois então! Alguns têm já tantas teias de aranha como os dinossauros donde colhem apelido! Mortos.
Pois ao nosso amigo do restaurante referido, a quem peço desculpa pelo envolvimento nesta crónica, proibiu a Direcção de Estradas de Aveiro, o acesso directo ao restaurante, justificado por ser aquela uma via rápida de acesso á A1. Mesmo depois da rocambolesca operação encetada pelo dono e empregados do dito, foi-lhe cortado drástica e policialmente o acesso. Como nos bons velhos tempos com aparato policial…
Porém, poucos metros á frente, mantêm a mesma Direcção de Estradas o mais perigoso cruzamento deste município que até faz parte dos pontos negros do trânsito distrital. Dum e doutro lado da via, surgem estradas e caminhos aqui e ali. E outro quilómetro á frente, autorizou o estabelecimento dum posto de abastecimento de combustíveis e, mais recentemente ainda, autorizou à Câmara Municipal da Mealhada a plantação duma estranha vinha no eixo da via, de autor desconhecido (?) que, quando crescer, vai sem dúvida tirar a maior parte da boa visibilidade que a nova rotunda tem.
Depois, saindo ou entrando na mesma A1 em Aveiras de Cima, o que encontramos na via de acesso, senão restaurantes, floristas, sucatas e vendedores de melão? Saindo de Portimão para a via do infante, o que encontramos no acesso urbanizado á auto-estrada, não serão até casas de habitação? E saindo em Viana do Castelo, o acesso á cidade é ou não é uma via urbana? E quem sai em Leiria vindo da nova auto-estrada do oeste, não sai para cima duma entrada no continente local? Outros exemplos há por aí que poderíamos pescar, são muitos.
Porquê então a Mealhada e particularmente a estalagem da saída da auto-estrada, há-de servir de rigoroso exemplo para aquilo que deveria ser mas que não é? Estamos num tubo de ensaio? Cobaias? Vitimas?
Em muitos municípios, a politica dos seus eleitos aponta para a defesa dos seus munícipes, industriais e sobretudo dos seus investidores. Alguns esfolam-se para os levar para os respectivos concelhos.
E neste município? Se eles matarem somos nós a esfola-los a eles, investidores? Esses investidores não mereceriam todo o apoio que a autarquia pudesse dar? Não será esse o interesse do município? Ou será que a pousada e o restaurante não tem interesse para o município?
Ou será que, tal como os dinossauros, já não dá para pensar? Senão para filmes, ou fitas…
Ou será que as politicas de apoio económico ao concelho passam apenas por umas inocentes e ingénuas festinhas de natal e pela venda de alvéolos inacabados a preços exorbitantes? Tal e qual como os apoios ao turismo que não constam do orçamento? Ou por uns foguetes de lágrimas para os jornais da região?
Tivesse este concelho tão perdulário de ideias, uma oposição atenta e de olhos abertos e as coisas talvez mudassem de figura, e de patrões… Se bem, como diz o ditado, quem muda de moleiro…
Entretanto, quem tece a vida difícil nas teias dos regulamentos, do poder, do livre arbítrio, continua a ser, como no caso, quem trabalha, quem investe, quem arrisca. Não admira que não sejam muitos a fazê-lo….
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A estalagem da saída da auto-estrada, nasceu num dia cinzento ou talvez o proprietário, um português comum, não se saiba mover muito á vontade nos corredores do mando e assim suporta estóica e ingloriamente a importância dos sucessivos poderes, uma peregrinação vulgar a muitos investidores deste país que vêm ir por água abaixo a vontade de fazer alguma coisa pela terra que os acolhe.
Esta terra que nos acolhe não é de facto muito grande mas foi sempre nas suas ditas vanguardas que o português criativo encontrou o caminho da retaguarda, quer através de leis e de costumes paralisantes, quer com atitudes e exageros conservadores e retrógrados onde o inchaço individual que brilha no sapato da burocracia, apaga instantaneamente o interesse colectivo dum país de hesitações e desequilíbrios. E as coisas morrem á nascença, perdidas na importância das secretárias dos importantes ou depois de se fazerem, contra ventos e marés, estão ainda sujeitas a obstáculos desanimadores, ás vezes intransponíveis.
É neste cenário de meter medo a investidores (alguns “políticos”sem espelhos, dizem que são ricos, ganham muito dinheiro e portanto que se amanhem!) que mesmo assim alguns, mais teimosos e timoratos arriscam o seu dinheiro e o dinheiro que pedem á banca, por um sonho e por um juro. Foi assim, creio, que nasceu a estalagem da saída da auto estrada e o respectivo restaurante e que nasceu, para falar apenas em turismo, uma remodelada pensão nas termas do Luso ou é assim que se actualizam, quando o mercado o exige para além do pesado rigor da lei, os restaurantes da fileira do leitão. Para a Mealhada são apostas, desafios, riscos e grandes investimentos. E expectativas de sucesso e de lucro são absolutamente legítimas.
Quem está no meio, sabe que é assim e sabe que os investimentos ao gerarem o seu justo retorno, criam riqueza para os territórios onde estão e criam os postos de trabalho tão necessários para o tecido humano do país.
Por isso os políticos, descendentes directos dos empecilhos antigos, devem agilizar as leis, facilitar os empreendimentos e entender duma vez por todas que estamos no século XXI e quem investe o que tem, tem que o reaver com juros pois não estão na situação cómoda deles mesmo, políticos, cujo rendimento mensal é certo e cai metrónicamente na sua conta bancária quer chova quer faça sol. E não digam que ganham mal, face ás inúmeras cambalhotas que dão e ás casacas que viram para se eternizarem no poder. Até nos municípios pois então! Alguns têm já tantas teias de aranha como os dinossauros donde colhem apelido! Mortos.
Pois ao nosso amigo do restaurante referido, a quem peço desculpa pelo envolvimento nesta crónica, proibiu a Direcção de Estradas de Aveiro, o acesso directo ao restaurante, justificado por ser aquela uma via rápida de acesso á A1. Mesmo depois da rocambolesca operação encetada pelo dono e empregados do dito, foi-lhe cortado drástica e policialmente o acesso. Como nos bons velhos tempos com aparato policial…
Porém, poucos metros á frente, mantêm a mesma Direcção de Estradas o mais perigoso cruzamento deste município que até faz parte dos pontos negros do trânsito distrital. Dum e doutro lado da via, surgem estradas e caminhos aqui e ali. E outro quilómetro á frente, autorizou o estabelecimento dum posto de abastecimento de combustíveis e, mais recentemente ainda, autorizou à Câmara Municipal da Mealhada a plantação duma estranha vinha no eixo da via, de autor desconhecido (?) que, quando crescer, vai sem dúvida tirar a maior parte da boa visibilidade que a nova rotunda tem.
Depois, saindo ou entrando na mesma A1 em Aveiras de Cima, o que encontramos na via de acesso, senão restaurantes, floristas, sucatas e vendedores de melão? Saindo de Portimão para a via do infante, o que encontramos no acesso urbanizado á auto-estrada, não serão até casas de habitação? E saindo em Viana do Castelo, o acesso á cidade é ou não é uma via urbana? E quem sai em Leiria vindo da nova auto-estrada do oeste, não sai para cima duma entrada no continente local? Outros exemplos há por aí que poderíamos pescar, são muitos.
Porquê então a Mealhada e particularmente a estalagem da saída da auto-estrada, há-de servir de rigoroso exemplo para aquilo que deveria ser mas que não é? Estamos num tubo de ensaio? Cobaias? Vitimas?
Em muitos municípios, a politica dos seus eleitos aponta para a defesa dos seus munícipes, industriais e sobretudo dos seus investidores. Alguns esfolam-se para os levar para os respectivos concelhos.
E neste município? Se eles matarem somos nós a esfola-los a eles, investidores? Esses investidores não mereceriam todo o apoio que a autarquia pudesse dar? Não será esse o interesse do município? Ou será que a pousada e o restaurante não tem interesse para o município?
Ou será que, tal como os dinossauros, já não dá para pensar? Senão para filmes, ou fitas…
Ou será que as politicas de apoio económico ao concelho passam apenas por umas inocentes e ingénuas festinhas de natal e pela venda de alvéolos inacabados a preços exorbitantes? Tal e qual como os apoios ao turismo que não constam do orçamento? Ou por uns foguetes de lágrimas para os jornais da região?
Tivesse este concelho tão perdulário de ideias, uma oposição atenta e de olhos abertos e as coisas talvez mudassem de figura, e de patrões… Se bem, como diz o ditado, quem muda de moleiro…
Entretanto, quem tece a vida difícil nas teias dos regulamentos, do poder, do livre arbítrio, continua a ser, como no caso, quem trabalha, quem investe, quem arrisca. Não admira que não sejam muitos a fazê-lo….
*mealhadatemas.blog.com*
Fevereiro, 2007