42. Cavaco marcou a data do referendo da IVG, vulgo referendo ao aborto até às 10 semanas.
11 de Fevereiro de 2007, é o dia.
Militantes e fundamentalistas preparem-se está na hora da verdade… (até porque sabemos que não pararão os referendos, enquanto não for aprovado o sim).
Esta imagem é de “Rodrigo” blogger do “Humoral da História” do Expresso.
Se lobby abortista vencer neste referendo, vai querer mais e mais semanas, até a bestialidade de certos Estados americanos onde já é possível deixar morrer um recém-nascido quando este apresenta malformações.
ABORTO – SIM
Sr. Vitor Ramalho
Apesar de não concordar.
Não será melhor assim do que passados alguns anos muitos pessoas com deficiencias profundas são tratados como anamimais, e as vezes ainda pior.
Caro anónimo
A nossa lei já contempla esses casos, bem como casos de violação e perigo de vida para a mulher.
Já não é a primeira vez que noto que algumas pessoas pensam que o referendo vai servir para legislar sobre esses casos.
È mais uma mentira do lobby abortista.
Sr Vitor Ramalho.
O aborto em Portugal é ilegal, não é?
Mas faz-se, não é.
Faz que tem dinheiro e recorre a Hospitais privados ou ate vão a vizinha Espanha, e quem não tem dinheiro faz em parteiras e em sitios onde os cuidados de saude para o fazer são poucos ou nenhuns. Lembro que chegam a morrer pessoas por fazer abortos sem os cuidados de saude que tal pratica, o exige.
Acho que devido a isto o aborto devia ser legal em portugal para acabar com mortes de pessoas.
Agora pense…..
SIM AO ABORTO
A legalização do aborto é que vai provocar morte de pessoas. O ser inocente e indefeso que a mãe têm na barriga.
Não queria responder já ao senhor vitor ramalho, mas não me consigo segurar: a sua argumentação é incoerente. Por um lado diz que o aborto é sinónimo de “morte de pessoas” e por isso é contra (eu não considero, até à formação do tronco cerebral, que haja vida e muito menos pessoa, um conceito, aliás, que não é biológico mas moral, no entanto a minha refutação ficará para uma ulterior discussão); por outro, diz que concorda com a lei em vigor. Isto significa uma de duas coisas: ou o senhor está a ser incoerente e não repara; ou pensa que as “pessoas” (usando a sua terminologia) que têm malformações ou cujas mães foram violadas são menos dignas, menos “pessoas”, menos “vivas” que as que não contemplam estes casos.
Só gostava que me explicasse esta contradição, pois o debate, para mim, ainda não começou.
Relativamente á questão que levanta, confesso que tenho muitas dúvidas.
Estão em jogo muitas coisas que é necessário ponderar.
Quando falei na lei já existente foi para fazer ver à pessoa que fez o comentário que o referendo não vai servir para resolver esse tipo de situações, uma vez que já estão contempladas na lei.
Não é a primeira vez que vejo defensores do sim a fazerem esse tipo de afirmações, que só servem para enganar as pessoas.
A discussão já começou há muito e não vai terminar com o referendo. Caso o sim vença eu vou continuar a dizer que aborto é crime, o lobby abortista vai continuar a lutar pelo alargamento dos prazos até às nove semanas ou quem sabe como já é possível em certos estados norte americanos pela possibilidade de deixar morrer um recém nascido quando ele apresente mal formações.
Senhor vitor ramalho, desculpe a minha insistência. Se eu,como o senhor, pensasse que existia vida humana, não potencial mas efectiva, desde o momento da concepção, jamais afirmava que concordava com a lei em vigor, com a qual o senhor parece concordar, a avaliar pelos seus comentários aqui e no amoteluso (que adiante irei comentar). Isto porque, existindo vida humana, pessoa humana, não há nada a ponderar, excepto quando a vida da mãe corre perigo, o que me levaria a um exaustivo dilema moral. Ora, nos casos de violação e de malformações, e partindo do seu argumento-base (que transcende a questão que norteia o referendo) não vejo que dúvidas poderá ter; e, no entanto, concorda com estas excepções.
Pela segunda vez, o senhor fala da barbárie de deixar morrer recém-nascidos e parece que pensa que, caso o sim ao referendo ganhe, as mulheres deste país vão desatar a fazer abortos a torto e a direito, como se isso fosse um momento de felicidade e algo para preencher o domingo à tarde chuvoso em que não há nada para fazer. Caro Vitor, quem fazer abortos já os faz, todos sabemos onde, em melhores ou piores condições e, acredite-me, já vi mais de uma mulher-bem, que afirmam à boca cheia que são contra a despenalização, católicas apostólicas romanas, a confidenciarem-me que já o tinham feito. O problema é que muitas vezes os abortos são realizados em más condições, enchem os bolsos de enfermeiras/médicos e, para mim pior, as mulheres sentem falta de apoio. Se for possível recorrer legalmente ao aborto, estas mulheres, algumas muito jovens, vão ter acesso a um acompanhamento especializado e, provavelmente, optarão por não abortar. O facto de se despenalizar não é sinónimo de mais abortos, mas de maior consciência e responsabilização; como lhe digo, quem quer abortar, aborta e, quem não consegue aceder a estes esquemas marginais para abortar, por vezes acaba por abandonar/matar os recém-nascidos ou infligir todo o tipo de maus-tratos, isso sim, para mim, de um horror e desumanidade atroz, um crime hediondo. É por defender a vida, caro vitor ramalho, e também a liberdade, que votarei sim. E, acredite, ninguém é a favor do aborto; abortar deve ser, para a maioria das mulheres, o último recurso – o que está a votar é o facto de saber se essas mulheres devem ser tidas como criminosas, quando o problema não é médico nem penal (a lei nunca é aplicada) mas unicamente moral (atenção: moral é diferente de ética).
Não confunda lobby abortista com mulheres.
As estatísticas provam que a despenalização fez aumentar o número de abortos por essa Europa fora.
O combate ao aborto clandestino faz-se com medidas de polícia e com apoio ás futuras mães.
Não estou a ver um médico de uma clínica de aborto, a dissuadir alguém de o fazer muito pelo contrário, foi denunciado que em Espanha as clínicas de aborto o faziam em qualquer fase da gestação.
Caso o sim vença as clínicas clandestinas vão passar do sótão para o rês do chão.
Claro que aumentaram o nº de abortos clandestinos porque porque deixam de o ser e pode-se fazer a sua contagem.
Mas o problema não esta em ser ilegal, porque mesmo o sendo fazem-se milhares de abortos clandistinos em portugal por ano.
A legalização só vinha trazer condições a que o faz. Para quem tem dinheiro ir a Espanha não custa nada.
É so legalizar uma pratica corrente.
Senhor vítor ramalho, vamos lá ser mais sérios nos argumentos:
1º – não faço ideia de que lobby fala o senhor. E a questão é sim das mulheres. Se não for a questão a das mulheres, então terá que responder sim no referendo contra a despenalização, porque é exactamente disso que se trata. Mas, como a penalização das mulheres é uma pedra no sapato para os movimento que responderão “não”, é útil mudar o teor da pergunta do referendo para a questão da “liberalização” (utilizada quase em termos de genocídio). Este raciocínio é ainda uma falácia: o senhor acha mesmo que as mulheres que não querem fazer abortos vão começar a fazê-lo porque são legais? Deduzo que o senhor pense que as mulheres não tem autoridade moral para decidir uma coisa destas e daí o seu medo de que a legalização as leve a abortar mais. O senhor já pensou bem no que está a dizer!? Quais são as implicações desta teoria!? Se uma mulher não pode decidir em liberdade e consciência (como pretendem os do movimentos a favor do “Não”) – daí a necessidade de proibir para elas na sua sandice não cairem em tentação – vai ser boa mãe? (Ainda haveria a questão de desconstruir a ideia peregrina de uma mulher só por ser mulher dará/é uma boa mãe, quando também há mulheres que maltratam e abusam sexualmente dos filhos, mas isso ficará para uma outra discussão).
2º- Mosre-me as estatísticas, se faz o favor, das quais fala no seu comentário. As únicas que existem para provar o seu argumento, são as de Espanha e, como se referiu bem no comentário anterior a este (do anónimo), gostava de saber como se contabilizaram os abortos clandestinos. Pense: as estatísticas nacionais também nos dizem que agora há mais violência doméstica, mais maus-tratos a crianças, mais negligência médica, etc. – como sabemos, o que há são mais denúncias e, por isso, mais dados oficiais e não mais casos reais.
3º – essa de passarem do sótão para o rés-do-chão vem confirmar a minha opinião de que o senhor acha que as mulheres, mesmo as que não querem abortar, vão desatar a abortar, levando-o a cair na hipócrita tese de que “abotem, desde que seja clandestino e não assim à vista”. Há uns anos, no referendo sobre este tema, na Irlanda, também se votou contra a despenalização, o curiosos é que, nas três perguntas do referendo, só se votou contra o facto de as mulheres abortarem legalmente em território nacional, sendo aprovada a possibilidade de abortarem fora. Isto lembra-se aqueles pais mui “extremosos” que dizem às filhas “faz o que quiseres, desde que não se saiba”. Mais uma vez este seu argumento mostra o seu sexismo em relação à capacidade das mulheres escolherem o que é melhor para elas, em consciência e liberdade enquanto cidadãs. No debate do programa, “Prós e Contras”, a Edite Estrela, que esteve melhor do que eu estava à espera, utilizou esta analogia:com a legalização do divórcio quem não se queria divorciar não divorciou; da mesma forma que, sem a penalização, as mulheres que não querem abortar não abortam (mas as que querem, com a despenalização ou não, vão abortar).
Lua muito bem,gostava de ter escrito os teus comentários.
Eu defendo a vida.
O problema do aborto clandestino resolvesse com apoio estatal aos pais e mães e com medidas de polícia para as clínicas.
Claro que para aqueles que não tem respeito pela vida o problema resolvesse matando cobardemente o ser que a mãe transporta na barriga.
Neste particular duas grandes maneiras de vera vida estão em jogo. Uns são pela vida outros são pela cultura da morte.
Caro Vitor Ramalho, a sua falta de argumentos é confrangedora e não tenho tempo para entrar na espiral endógena da sua má retórica. Já lhe respondi a isso e o senhor furtou-se, devendo, no entanto, o senhor acrescentar que o senhor é pela vida da “pessoa” que está na barriga da mãe, desde que este não tenha malformações ou cuja mãe tenha sido violada. Para tentar compreender, mesmo assim, a sua posição fui ao site do seu movimento, o T.I.R. e compreendi a vossa posição em relação às mulheres. Também achei piada ao facto de se dizerem anti-sistema, quando o senhor demonstrou, tal como o disposto no vosso movimento, fazer parte de um sistema ideológico confuso e fechado. Sabe, senhor Vitor, ser anti-sistema também é ser sistema. Aliás, inclusive, gostava de saber que entidade é essa que se denomina como “o sistema”. Talvez aqui me saiba responder melhor do que em relação à despenalização do IVG, tema sobre o qual só demonstrou ter alguns clichés mal amanhados.